POR ALEX DOS SANTOSTempo de vida útil, substituição de lâmpada, manutenção periódica… Se essas são as razões para você deixar de investir em um projetor, é por que precisa conhecer melhor os modelos Laser, LED e Híbrido (Laser&LED). Já são dezenas de aparelhos disponíveis no Brasil, que utilizam essas fonte de luz, e não mais as tradicionais lâmpadas de vapor de mercúrio – pouco eficientes e nocivas ao meio-ambiente.
Os projetores digitais possuem brilho de até 7.000 lúmens, durabilidade entre 20 e 30 mil horas e, dependendo das condições de instalação e uso, estão livres de reparos e manutenção por todo esse período. A maioria deles é indicada para instalações corporativas, como salas de reuniões e auditórios, e comerciais (sinalização digital). Mas fabricantes tradicionais passaram a oferecer também modelos para home theater e multimídia.
Quem pensa em um projetor geralmente leva em conta o custo de manutenção, ou seja, substituição de lâmpada e filtros, falta de peças, tempo de mão-de-obra em uma assistência técnica. Com tecnologias alternativas de luz, esses problemas praticamente inexistem. Os projetores digitais dispensam lâmpadas e, em muitos casos, o filtro que retém poeira e poluição, reduzindo a necessidade de reparos e reinstalação.
Estima-se que modelos sem lâmpada proporcionem durabilidade média de 20 mil horas (com alto brilho), o que equivale a 14 anos seguidos de uso, caso o aparelho funcione numa média de quatro horas por dia. Sem falar na economia de energia: projetores com lâmpada consomem muito mais eletricidade para produzir o mesmo nível de brilho de um modelo led ou laser.
Uma diferença importante entre os projetores digitais está no processamento da imagem. Os fabricantes se dividem entre as tecnologias DLP e LCD. Não há como apontar qual delas é melhor: o desempenho é resultado de uma combinação de fatores, como construção e uso de bons componentes. Os que mais apostam no LCD, inclusive com chips 3LCD (para processamento individual de cada cor primária), são Epson e Sony. Já o chips DLP, patente da Texas Instruments com microespelhos, está presente na maioria dos projetores led, laser e híbridos atualmente.
BRILHO E CONTRASTE
Projetores com iluminação a laser, e os modelos híbridos (Laser&LED), produzem níveis mais altos de brilho. Por isso, estão sendo mais utilizados em grandes instalações, onde se trabalha com tela maior. Já os baseados somente em led geram luminosidade constante, em torno de 1.500 lumens, suficiente para uma sala de home theater até 40m2. Só que, neste caso, o ambiente deve permanecer completamente escuro para não comprometer as imagens. Já em relação à reprodução de cores, o desempenho desses aparelhos costuma ser excelente.
Ao contrário dos projetores com lâmpada de mercúrio (UHP), os novos aparelham levam muito tempo para atingir o limite de sua durabilidade, quando começam a degradar a imagem. É quando o brilho diminui e o branco se torna amarelado. Outra diferença marcante está no tempo que o projetor leva para entrar em operação. Nos Led e Laser, são apenas cinco segundos; nos tradicionais, a lâmpada exige muito mais tempo para esquentar e, após o desligamento, esfriar.
Já o contraste não é o ponto forte dos projetores digitais, mesmo aqueles indicados para home theater. Tanto que alguns fabricantes sequer informam o método de medição, ou fornecem apenas o chamado “contraste dinâmico”, que é enganoso.
COMO ESCOLHER SEU PROJETOR
Há no mercado uma enxurrada de projetores led ultraportáteis, também chamados “pico”. A portabilidade é interessante para quem, por exemplo, utiliza o projetor no trabalho; ou quem gosta de levá-lo em viagens de fim de semana. Mas são aparelhos incapazes de produzir imagens com bom contraste e brilho em telas acima de 92”.
Se a ideia é utilizar durante o dia ou com luzes acesas, torna-se fundamental um projetor acima de 3.000 lumens. Mesmo esses, porém, dificilmente vencem a luminosidade ambiente, apresentando imagens lavadas (opacas), cores menos intensas e grande prejuízo em tons escuros.
Para boa visualização da TV, sem distorções ou perda de informações, dê preferência a projetor com painel óptico widescreen, de resolução mínima de 720 pixels horizontais. Os melhores são os WUXGA, com 1.920×1.200 pixels. Para assistir a filmes ou games em 3D, sem dúvida a tela grande oferece mais impacto e envolvimento. Verifique, porém, a especificação; nos modelos multimídia da Casio, por exemplo, o sinal de vídeo deve ser gerado por uma placa gráfica de computador (adquirida à parte), via entrada RGB/VGA, com óculos ativos DLP-Link.
Em salas com pouco espaço, existe a alternativa dos projetores de ultracurta distância (ultrashort throw). Costumam ser usados em salas de aula e treinamento, mas também podem ser adaptados a home theater. O modelo Casio XJ-UT310WN, por exemplo, traz lente angular fixa e espelhos internos para exibir imagens de até 100” a 50cm da tela.
Todos os projetores digitais trazem entradas HDMI e RGB; alguns oferecem ainda DVI-D, compatível com workstations, e LAN, para controle em rede. A novidade é a conexão HDBaseT, adotada em grandes projetos por aceitar sinais de áudio, vídeo sem compressão e controle, através de cabo Cat5e (ou superior) de até 100m. Começaram a chegar ao mercado também os projetores wireless, com aplicativo para receber fotos, vídeos e controlar apresentações a partir de dispositivos iOS ou Android.
O item mais importante num projetor é a taxa de contraste, que no entanto nem sempre é informada pelo fabricante. Como não há padronização nas medições, melhor confiar nos seus próprios olhos. Antes de decidir, é essencial ver o projetor em demonstração em um show-room com iluminação controlada, prestando atenção nas cenas mas escuras. Se não for possível enxergar bem os detalhes da imagem, procure outro.
COMO FUNCIONA
Nos projetores a laser, um chip DLP processa as imagens após combinar laser azul, led vermelho e fósforo (verde). A variação de brilho é feita por alterações no comprimento de ondas e nas fases do laser. Modelos mais sofisticados adicionam um led azul a esse processo. Já no processo híbrido, a formação da imagem é similar à de um 3LCD, mas com laser em lugar da lâmpada tradicional. A camada de fósforo transforma o laser azul em luz branca, conduzindo ao prisma óptico para gerar as cores.