O Devialet Phantom não é apenas uma caixa acústica com Wi-Fi e Bluetooth. Trata-se de um conceito inovador da marca francesa, um módulo compacto que reproduz áudio digital estéreo sem fio com padrão high-end. Há duas versões do Phantom: 750W, com pressão sonora de 99dB, e a Silver Phantom, com pico de 3.000W e 105dB. Esta segunda foi a que avaliamos.
A forma esférica e aerodinâmica do Phantom parece ter sido inspirada na ficção científica. Isolada acusticamente com kevlar, a caixa é produzida em policarbonato e ABS de alta rigidez, com acabamento branco de alto brilho. O design inclui dois woofers de longa excursão (um de cada lado), cúpula em alumínio polido e, na frente, tweeter dentro de um discreto mid-range, em configuração coaxial. Na traseira, somente uma tecla RESET ao lado dos conectores.
O cabo de força chama a atenção não só pela cor amarela, mas por ser espesso e de boa construção, coerente com o projeto da caixa. Vale ressaltar ainda o cuidado da Devialet com a embalagem, bem desenhada no “estilo Apple”, garantindo total segurança do transporte até sua retirada.
Até 24 caixas acústicas
O Phantom necessita do módulo Devialet Dialog, que deve ser adquirido à parte e serve para sincronizar as caixas acústicas instaladas na sala, seja em estéreo, multicanal (5.1 ou 7.1) ou multiroom. Com processador Quad-core de 1GHz e memória RAM de 1GB, o acessório funciona como hub, com entradas óptica, USB, Ethernet e Wi-Fi. Permite reproduzir músicas quando o Phantom estiver em área fora do alcance wireless, e integrar até 24 módulos Phantom em uma mesma rede de som ambiente.
Os comandos são obrigatoriamente por aplicativo (Devialet Spark), para iOS e Android, o que pode frustrar usuários acostumados a um controle físico. Além de auxiliar na configuração, o software dá acesso a serviços de streaming como Deezer e mais dois europeus. E transmite diretamente para as caixas acústicas da sala as músicas guardadas num smartphone ou tablet, inclusive nos formatos FLAC, ALAC, WAV e AIFF.
A Devialet nos enviou dois exemplares do Phantom para audição em estéreo, que ligamos a um condicionador de energia bivolt. Em seguida, conectamos o Dialog – via cabo – ao roteador. O acessório também serviu para receber o sinal de um CD player Rotel e de um media player, através de conexão digital óptica. Após baixar o app Spark, tudo foi muito intuitivo. Em uma etapa da configuração, tínhamos de por a mão sobre as caixas para saber se estavam recebendo sinal. É uma sensação curiosa ouvir o som da despressurização através dos woofers laterais, ao mesmo tempo em que os vemos avançar como se houvesse vida naqueles falantes (veja o vídeo).
AVALIAÇÃO
Foram pelo menos 15 dias ouvindo gêneros de música variados e trilhas de filmes no Phantom. Já conhecíamos a força do amplificador ADH, mas não sua capacidade de dinâmica e resposta, agora num sistema de dois woofers projetado pela própria Devialet. Foi uma ótima experiência sentir a profundidade dos canhões na Abertura 1812 de Tchaikovsky, por Erich Kunzel e a Sinfônica de Cincinnati (FLAC 192kHz, 24-bit). A precisão no ataque foi similar à de caixas torre de maior porte, e superior a muitos subwoofers.
Ao elevar o nível de volume ao máximo, foi surpreendente a resposta aos transientes, sem ruído de fundo ou distorção. Ouvimos também o Ray Brown Trio em Walk On (FLAC 192/24), George Benson (Absolute Benson, FLAC 96/24), Dire Straits (Brothers in Arms, 192/24) e Michael Jackson (This is It, Blu-ray, PCM). Mesmo com os movimentos incessantes dos woofers laterais, o sistema mostrou refinamento e controle total de ressonâncias.
Já com vocais femininos, notamos ótima qualidade tonal e clareza em médios-altos, dignas de caixas high-end: Diana Krall em Wallflower (48/24), Cassandra Wilson em Blue Skies(CD/44/16) e Patricia Barber em A Distortion of Love (FLAC 192/24). Mas, com tempo, conhecendo melhor o timbre do Phantom, foi que sentimos a falta de maior extensão e alcance nos agudos, apesar de uma resposta fora de eixo particularmente interessante. Mais importante, porém: descobrimos uma nova forma de ouvir música com toda a dinâmica e detalhamento dos formatos de alta resolução.
O que diz o fabricante
Segundo a Devialet, o desenvolvimento do Phantom demandou dez anos de estudos e 88 patentes:
- Amplificação ADH (Analog to Digital Hibrid) – Combina a linearidade e a musicalidade do analógico Classe A com força, a eficiência e o tamanho compacto do digital Classe D.
- HBI (Heart Bass Implosion) – Possibilita frequências extremamente baixas mesmo com gabinete compacto. Graças a dois woofers de longa excursão trabalhando em alta pressão, é possível responder a frequências de até 16Hz.
- ACE (Active Cospherical Engine) – Refere-se à concepção esférica do Phantom, que favorece uma transmissão de som homogênea e omnidirecional, independentemente da posição de audição, sem efeitos de difração na superfície da caixa.
- SAM (Speaker Active Matching) – Processador que adapta o sinal de áudio de acordo com a construção da caixa. No caso do Phantom, como amplificador, pré, conversor D/A e drivers estão todos integrados, o SAM analisa o sinal em tempo real para reproduzir a mesma pressão acústica captada pelo microfone durante a gravação, explorando ao máximo a performance do conjunto de falantes e evitando distorções.
FICHA TÉCNICA
MODELO: Devialet Silver Phantom
POTÊNCIA: 3.000W (pico), pressão sonora de 105dB/1m, THD 0.001%
RESPOSTA DE FREQUÊNCIA: 16Hz a 25kHz (±2dB), 20Hz a 20kHz (±0,5dB)
CONEXÕES: digital óptica (Toslink), Ethernet, Wi-Fi (2 ou 5GHz), Bluetooth
DIMENSÕES (L x A x P): 25 x 25 x 34cm
PESO: 10.5kg
PREÇO: sob consulta
FABRICANTE: devialet.com
DISTRIBUIÇÃO: Devialet do Brasil