Nos últimos anos a BenQ se tornou conhecida por oferecer projetores para variadas aplicações e de custos bastante competitivos. Recentemente, a empresa taiwanesa surpreendeu ao colocar no mercado dois modelos de grande porte com diferenciais exclusivos. Voltados a home theater, o W11000 (lâmpada) e o X12000 (LED) estão entre os primeiros no mundo a utilizar um chip DMD (microespelhos) de resolução 4K.
O W11000 testado por nossa equipe é, por enquanto, o único DLP 4K com certificado THX. E devido à taxa de brilho de 2.200 ANSI Lumens, o seu uso em sala dedicada e escura é mais do que recomendado. Ao desembalar, vemos um projetor de alto padrão com gabinete em plástico texturizado e rígido, que não chega a ter acabamento refinado, mas é chamativo por sua robustez (veja ficha técnica).
Um tom preto mesclado com cinza escuro, aliado a uma imponente área de lente protegida por tampa removível e enormes aberturas de calor frontais, propiciam um aspecto de projetor “profissional”. Segundo o fabricante, na parte posterior da lente há uma rede de 14 elementos ópticos de alta resolução agrupados em seis divisões (três de foco e três de zoom) dentro de um cilindro metálico com estrutura celular de maior penetração de luz em 4K.
TECNOLOGIA**
O chip DMD (Digital Micromirror Device), considerado o coração de um projetor DLP, no W11000 possui estrutura física de 2716×1528 pixels, ou 4,15 milhões de microespelhos. A imagem processada através deste painel é sincronizada com um dispositivo de deslocamento de pixels de alta precisão. Chamado de atuador óptico, este funciona com a tecnologia de comutação rápida XPR (eXpanded Pixel Resolution), desenvolvida pela Texas Instruments, para mudar a posição dos pixels e duplicar a resolução para 3840×2160 pontos (8,3 milhões) para cada quadro. Esse processo entrega imagens em resolução Ultra HD 4K, conforme as normas da CTA (Consumer Technology Association).
INSTALAÇÃO
Na lateral do projetor, ficam as conexões de entrada, sendo uma RGB e duas HDMI; uma destas na versão 2.0 para sinal 4K, com proteção HDCP 2.2, onde conectamos um Chromecast Ultra 4K. E ainda, LAN, RS-232 (ambas de controle a distância), e duas trigger 12V. Ao lado, uma portinhola deslizante esconde teclas de navegação, a ser usadas quando o controle remoto não estiver por perto.
Aliás, o controle da BenQ, com teclas iluminadas, facilitou a operação do projetor no escuro. Já os controles de lens shift, no topo do gabinete, movimentam a lente a 65% na direção vertical e 27% na horizontal, enquanto anéis de foco e zoom (1.5x) integrados à lente permitem os acertos iniciais.
Com o W11000 sobre uma mesa gerando sua própria imagem de teste (PATTERN), em menos de dez minutos já tínhamos um preenchimento perfeito de 106”, mantendo uma distância aproximada de 3m5. Kit de lâmpadas para reposição, lente anamórfica e suporte de teto podem ser adquiridos opcionalmente.
AVALIAÇÃO
Ao ligar o W11000 pela primeira vez ouvimos um ruído realmente baixo do seu ventilador interno, e que se tornou quase insignificante no SILENCE. Neste, a lâmpada passa a liberar luz em modo econômico, o que ajuda a explicar o nível de apenas 23dB. A sala já estava escura quando conferimos o contraste com seriados do Netflix em 4K e filmes, como Batman – O Cavaleiro das Trevas e Star Trek – Além da Escuridão, em Blu-ray. A opção pela lâmpada no modo ECO não prejudicou a definição da imagem.
Ainda no inicio das sessões já estávamos convencidos de que o W11000 tinha uma ótima capacidade de revelar nuances difíceis em cenas noturnas. Nos ajustes THX, comparativamente a outros equipamentos, esperávamos uma calibragem ainda melhor de contraste. A função IRIS produz oscilações de luz contínuas a cada troca de cena, o que pode incomodar algumas pessoas mais exigentes.
É possível desabilitar a IRIS no menu avançado, só que o nível de preto em THX fica menos profundo. Mas todos os modos são passíveis de reconfiguração e, portanto, basta um pouco de paciência para extrair o melhor deste projetor com qualquer tipo de conteúdo. Exemplo típico foi o Blu-ray Samsara, que projetado pelo W11000 mostrou um profusão de tonalidades mais intensas que nosso modelo de referência, e conseguiu valorizar ainda mais a fotografia deste longa ambientado nos Himalaias indianos.
Importante: neste projetor de um chip e roda de cores de seis segmentos (RGB-RGB) não notamos interferências de cor, como o conhecido efeito arco-íris, comuns em DLPs de baixo custo. Na sequência, assistimos a originais Netflix, como House of Cards, Punho de Ferro e Zerando a Vida, e os documentários Terra e The Hunt, todos em 4K.
As diferenças na imagem logo saltaram aos olhos, com definição aprimorada e perceptível ganho de brilho. E desde os detalhes mínimos nos cenários escuros de House of Cards até a riqueza de cores de fauna e animais selvagens em The Hunt, o W11000 produziu imagens consistentes com balanço preciso de cores e contraste, confirmando os benefícios de uso da resolução 4K em telas de grandes dimensões.
FICHA TÉCNICA |
MODELO: projetor BenQ W11000 |
GARANTIA: 2 anos |
PREÇO: sob consulta |
FABRICANTE: benq.com.br |
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* Texto originalmente publicado na revista HOME THEATER & CASA DIGITAL n° 252. Para ver a matéria completa, baixe agora a edição digital.
** Fontes: BenQ e Texas Instruments