Por Dean Takahashi*
Gary Shapiro é o CEO da Consumer Technology Association (CTA), entidade que organiza a CES. Pela terceira vez, ele aproveita a realização do evento em Las Vegas para lançar um livro, agora com o título Ninja Future: Secrets to Success in the New World of Innovation. (“Futuro Ninja: Segredos para o Sucesso no Mundo Novo da Inovação”).
Dirigindo a CTA e a CES, Shapiro tem uma visão única sobre a indústria eletrônica mundial. Este ano, a CES abriga um total de 260.000m2 de área, recebendo mais de 4.400 expositores e pelo menos 180 mil visitantes (no ano passado, foram 182 mil); desses, cerca de 60 mil devem vir de fora dos EUA.
Com sua experiência, Shapiro sentiu-se inspirado a escrever sobre como as empresas precisam de mover rapidamente, detectar tendências, abraçar a diversidade e se adaptar às mudanças e rupturas do mercado. Ele produziu um guia para ajudar executivos e líderes de governo a navegar nesse futuro. O livro destaca estratégias de sucesso e é o ponto de partida desta entrevista:
VentureBeat: Parece que suas observações no livro vêm dessa sua percepção sobre a indústria como um todo na CES.
Gary Shapiro: Esse é meu terceiro livro. O anterior focava naquilo que aprendi com empresários de sucesso. Este é mais sobre tecnologia e o futuro. Contém muitas histórias pessoais, mas foca em algumas tecnologias, como IA, robôs, saúde, AR/VR, blockchain, veículos autônomos. Destina-se a pessoas que querem entender para onde está indo a tecnologia, seja nas empresas, governos ou mesmo quem está iniciando um negócio próprio. Para quem já é do meio, alguns capítulos poderão parecer banais. Mas há minhas ideias sobre o que o governo deve fazer. Pela nossa posição no país e no mundo, podemos criticar e auxiliar os governantes, dizendo “se vocês querem inovar, é isto que devem fazer”.
VentureBeat: Gostei de ler sobre o envelhecimento da população. Minha própria mãe já tem 85 anos e sofre de demência. Nnao existe uma tecnologia criada para essas pessoas… mesmo os telefones modernos, achamos que são fáceis de usar, mas eles têm muita dificuldade até para fazer uma simples ligação.
Shapiro: Minha vó teve Alzheimer por 13 anos, e eu mesmo tive falhas de memória pela vida inteira, e tento lidar com isso. Mas, se você ainda não sabe como a música pode impactar as pessoas, não tem como saber se uma pessoa sofre de Alzheimer. Não até que ela morra e seja possível examinar seu cérebro por dentro. Essa, para mim, é uma das coisas mais importantes do livro. Se você puder ajudar qualquer pessoa nisso, irá mudar a vida dela. O documentário Alive Inside, por exemplo, é muito útil. Nós apoiamos vários grupos de apoio aos doentes e suas famílias. Mas, de fato, não há grandes avanços tecnológicos. Mas fiz disso uma causa pessoal.
*Entrevista publicada originalmente no site VentureBeat. Clique aqui para ler o original, na íntegra.