Levar som a todos os ambientes da casa, e com a facilidade de poder controlar tudo por smartphone ou tablet. Esse é um dos principais atributos dos amplificadores digitais multiroom, como os da série IHM4 da GR Savage.
A empresa paulista começou há 40 anos fabricando itens para proteção elétrica, mas desde 2014 aposta também em uma linha de áudio. Amplificadores estéreo e multizona são produzidos em sua unidade industrial em Mairiporã, na Grande São Paulo.
Para controlar até seis áreas distintas, avaliamos aqui um amplificador Classe D (mod. IHM4.0840pw) que libera potência de 40W em cada um dos oito canais, para alimentar um par de caixas em quatro zonas estéreo.
Para as zonas 5 e 6, há saídas pré-amplificadas, que necessitam de um amplificador externo ou caixas amplificadas. A Savage também oferece um modelo similar para seis zonas amplificadas. Foram feitas diversas melhorias em relação ao modelo que testamos três anos atrás, nos componentes internos e nas conexões.
O painel em alumínio escovado possui display touch HD de 4,3”; uma versão sem tela e mais acessível também está disponível. Foi pelo visor frontal que iniciamos as configurações. A facilidade de uso é uma das características dos amplificadores GR Savage, graças a uma tela bem responsiva e brilhante, com cinco diferentes níveis de atenuação.
Ajustes: do básico ao avançado
Pelo display, é possível nomear entradas (chamadas aqui de “barramentos”) e zonas (quarto do casal, sala de jantar, jardim etc) e rotear fonte de sinal para determinada área. O modo de ativação do multiroom pode ser manual ou automático (Auto Turn-on), este após detectar sinal de áudio de uma fonte.
Ajustes mais avançados vêm de fábrica na área “Instalador” do menu, que requer uma senha básica (0000) para acesso, mas que podem ser definidos depois para a área “Usuário”, de livre acesso. É o caso das configurações de rede, zonas – entre estéreo, Bridge ou Mono L+R – e de ganho pré, que possibilita elevar a sensibilidade do sinal das fontes em até 16dB.
Mas é preciso cautela nesse ajuste, pois quanto mais alto o sinal, maior o risco de distorção e danos ao tweeter das caixas. Com um toque superior a dois segundos na tela do aparelho, equaliza-se o áudio de cada zona em três bandas (graves, médios e agudos), com volume controlado individualmente.
Conexões: rede e automação
Ao olhar a traseira do amplificador IHM4, entendemos por que a GR Savage chama essa solução de “Digital Audio Matrix Amplifier”. São seis entradas analógicas RCA, sendo duas privativas para zonas 1 e 2 e uma digital óptica, que não existia no antigo modelo.
Além disso, há saídas PRE OUT dos tipos fixa e variável, para conexão de subwoofers e amplificadores auxiliares ao mesmo tempo, se for necessário levar som a mais áreas da casa. Os bornes de caixas são do mesmo padrão encontrado em outros amplificadores multizonas, bastando desencapar os cabos e parafusá-los no terminal.
As conexões Ethernet e RS-232 servem tanto ao controle quanto à integração com sistema de automação; no entanto, via rede TCP/IP é possível comandar o IHM4 a partir de navegador web em um notebook, ou pelo aplicativo da GR Savage para Android ou iOS. O amplificador traz ainda proteção contra excesso de carga, curto circuito e superaquecimento.
Comandando por aplicativo
Com um smartphone Android, o controle do amplificador multiroom GR Savage se mostrou ainda mais rápido e intuitivo. Botões grandes sobre um layout minimalista do app na versão 1.12 tornaram o uso mais conveniente.
Dá para ativar e desativar zonas para controlar a distância, inclusive pela internet, chavear fontes de sinal, equalizar e fixar um volume máximo em cada ambiente, o que pode ser interessante quando se tem adolescentes em casa.
Desempenho
Conectamos ao IHM4 receptor de streaming, SACD player e toca-discos vinil. Utilizamos as zonas 1 e 2 na configuração Bridge, com um par de caixas torre, enquanto experimentamos as duas zonas restantes em estéreo com caixas bookshelf. Segundo a Savage, a potência liberada em modo Bridge com impedância mínima de 8 ohms é o dobro do modo estéreo normal.
Apesar da perda do efeito estereofônico em dual mono, ficamos satisfeitos com a potência do som ambiente extraída deste amplificador e sua operação estável (e fria) após dez horas de trabalho ininterrupto. Seja reproduzindo o Blues de Taj Mahal e Keb’Mo’ (TajMo, Tidal Master) ou a bossa de Elis & Tom (vinil) em alto volume e com todos os canais ativos, o IHM4 em nenhum momento aqueceu demasiadamente ou entrou em sobrecarga.
Em estéreo com caixas bookshelf, a faixa de frequência ganhou em linearidade, e as distorções só foram notadas com o volume perto do máximo, algo impraticável em multiroom. Em gêneros como clássicos e jazz, como o de Jacques Loussier (SACD Telarc Sampler 3), o ruído de fundo se revelou quase imperceptível, comprovando o bom nível de construção dessa nova geração de amplificadores.
* Teste realizado pela equipe da revista HOME THEATER & CASA DIGITAL – sob coordenação de Alex dos Santos – e originalmente publicado na edição de janeiro (#286); para ver a versão digital em seu Android ou iOS, inclusive da edição atual, clique aqui.
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