A linha de caixas acústicas Olympica exibe a essência da Sonus Faber: design marcante e tecnologia de ponta. Já se passaram sete anos desde o lançamento original da linha Olympica, mas a fábrica italiana nunca se acomodou. Recentemente, toda a série – ou “coleção” como a Sonus Faber prefere – foi atualizada com o nome de Olympica Nova.
A caixa testada é a Olympica Nova V, maior torre da linha, com três woofers de 7” e que se parece muito com a antiga Olympica III, mas com algumas mudanças importantes. A mais notável é que a Sonus Faber removeu grande parte do couro usado no acabamento da linha anterior. No lugar do baffle totalmente coberto de couro, agora apenas um pequeno revestimento em torno de cada driver.
CONSTRUÇÃO & ACABAMENTO
No topo da Olympica Nova V, em vez do couro, agora há uma tampa de alumínio com madeira; na base, uma placa de alumínio fundido sobre rígidos spikes feitos de aço. Essas novas peças de alumínio superior e inferior servem como grampos, juntamente com a estrutura de alumínio traseira, e ajudam a aumentar a rigidez do gabinete.
Aliás, as paredes da caixa trocaram o tradicional MDF por uma construção em oito camadas de madeira ensanduichadas. Combinadas com reforço interno aprimorado e o exoesqueleto de alumínio, o gabinete é significativamente mais forte e menos ressonante. Clique aqui para ver o slideshow.
A estrutura de alumínio Stealth Ultraflex, patente da Sonus Faber, na parte traseira da caixa foi completamente redesenhada, a exemplo dos modelos da coleção Homage Tradition (mais detalhes aqui) para fortalecer mais o gabinete. Na traseira, dois conjuntos de terminais de rosca em cinco vias estão dispostos verticalmente.
Drivers e a eletrônica interna também foram aprimorados, segundo o fabricante. Começando com o tweeter domo de seda, de 28mm de diâmetro, constituído por uma peça única de alumínio fundido, que cria uma base mais forte para a faixa de altas frequências. O midrange de 6” ainda é feito de polpa de celulose misturada a outras fibras naturais, mas com design seguindo a linha Homage.
O cone dos woofers é produzido com espuma sintética imprensada entre camadas de polpa de celulose. Ao contrário das delicadas grades de cordas que mal protegiam os falantes da linha anterior, a Olympica Nova V traz tela de proteção com design muito mais firme e plano.
Existem dois acabamentos em folheado de madeira disponíveis para o gabinete: Walnut (marrom claro) ou Wenge (marrom escuro levemente avermelhado). Ambos os acabamentos são revestidos em acetinado ecológico, que reduz os reflexos. Uma mudança visível é a posição mais vertical. Pela primeira vez na linha Homage, a Sonus Faber usa sua rede interna de crossovers para alinhar o tempo dos drivers, em oposição à inclinação física do painel frontal.
INSTALAÇÃO
Após seguir as instruções da Sonus Faber, removemos os jumpers de metal nos terminais traseiros para conectar os cabos bicablados que normalmente usamos com um amplificador multicanal. Neste, os canais frontais esquerdo e direito produzem 525W a 8 ohms, ou 1.000W a 4 ohms, que é a impedância da Olympica Nova V.
O amplificador foi conectado a um processador Marantz AV8801 no modo Pure Direct (bypass) e configurado para reproduzir toda a faixa de frequências dos falantes (LARGE). Usamos ainda um player OPPO UDP-205 para tocar todo tipo de disco. Decidimos iniciar os testes duas semanas depois das caixas em amaciamento.
As caixas ficaram a 75cm de distância das paredes traseiras e a 90cm das paredes laterais, o que colocou o painel frontal das caixas a 3m de nossos ouvidos. A distância entre as caixas era de 2m90, por isso estávamos perto da forma do triângulo equilátero que a Sonus Faber recomenda para obter o melhor som. Esse posicionamento ofereceu excelente imagem estéreo, sem excesso de brilho nos agudos. Usamos os spikes incluídos para ajustar a inclinação da caixa, de modo que os tweeters ficassem direcionados para aos ouvidos. Tudo parecia firme e bem integrado.
AVALIAÇÃO
Iniciamos as sessões de testes ouvindo Dire Straits, e logo na faixa Money for Nothing (do DVD-Audio Brothers in Arms) os vocais de Mark Knopfler foram reproduzidos com timbre e peso perfeitos, enquanto os riffs de guitarra mostravam uma riqueza que nunca ouvimos antes. O efeito marcante de sintetizador que percorre a música realmente se projetou das Olympica Nova V, preenchendo o espaço acima e nas laterais das caixas. O baixo era excepcionalmente forte, com uma pancada muito sólida da bateria.
O mesmo ocorreu na faixa Personal Jesus, do álbum Violator do trio Depeche Mode (DVD DTS 5.1): as introduções soaram muito mais altas e claras do que antes, preenchendo todo o palco sonoro frontal. A apresentação dos médios foi impecável, com os vocais únicos de Dave Gahan chegando com incrível clareza e corpo, enquanto o baixo batia forte e firme através dos woofers.
Grande e poderoso é como descreveríamos a apresentação geral dessas torres, com amplas oscilações dinâmicas; ou seja, são incrivelmente rápidas, passando de sons tranquilos e sutis a grandes momentos com muita facilidade. Outra referência foi o álbum Electric Ladyland, de Jimi Hendrix (DVD-Audio) com a faixa Voodoo Chile, na qual o timbre clássico de guitarra de Jimi foi perfeitamente reproduzido. Podíamos ouvir a transição guitarra da esquerda para a direita, como um sino. Os pratos de bateria nessa faixa bateram com a quantidade certa de efervescência e pareciam brilhar pela sala. Como em tudo o que ouvíamos, os hits do bumbo eram fortes e realmente ancorava a música.
Com o disco Reanimation, do Linkin Park (DVD-Audio), as notas graves produziram efeitos fortes a ponto do sofá vibrar. As Olympica Nova V alcançaram facilmente a faixa de 25Hz com autoridade. Naturalmente, não é necessário usar subwoofers com essas caixas. Enquanto o baixo era impressionante, os vocais estridentes e as guitarras distorcidas eram tratados com igual desenvoltura. Médios e agudos combinavam perfeitamente com o baixo. Mesmo em altos níveis de volume, as caixas mantinham tudo sob coerente controle, o suficiente para permitir audições em alto volume sem criar fadiga.
Dado o desempenho geral, beleza física e qualidade de construção fenomenal das Olympica Nova V, é possível gastar muito mais com um ótimo par de caixas torre e obter muito menos. Embora essas caixas não sejam tão acessíveis, existem poucos modelos dessa categoria que oferecem som encorpado e precisamente detalhado em um gabinete de design e acabamento tão atraentes.
A Sonus Faber reforçou a linha Olympica Nova com uma bookshelf, uma on-wall (surround) e dois modelos de canal central; portanto, quem deseja criar um ótimo sistema de áudio multicanal poderá fazê-lo mantendo o mesmo equilíbrio tonal em todas as caixas.
FICHA TÉCNICA
MODELO: Caixas Acústicas Sonus Faber Olympica Nova V
PROJETO: torre ventilada de 3 vias e 5 drivers
AMPLIFICAÇÃO SUGERIDA: 60 a 400W
IMPEDÂNCIA NOMINAL: 4 ohms
SENSIBILIDADE: 90dB
RESPOSTA DE FREQUÊNCIA: 32 a 35.000Hz
DIMENSÕES (LxAxP): 42x117x53cm
PESO: 44kg
*Baseado em teste publicado no site Secrets of Home Theater and High Fidelity (clique aqui para ver o original na íntegra)