Talvez a maioria dos proprietários de um TV OLED não sintam falta, mas a luminosidade é um dos “pontos fracos” dessa tecnologia; pelo menos, assim ensinam os manuais, na comparação com os painéis LCD, especialmente os de pontos quânticos (QLED ou NanoCell). É uma boa discussão: até que ponto o olho humano assimila o brilho das imagens em vídeo. Só colocando lado a lado uma OLED e uma LCD, exibindo os mesmos conteúdos, para se tirar a prova.
Fato é que Won-Jae Joo, uma engenheira do SAIT (Instituto de Tecnologia Avançada da Samsung), decidiu se aprofundar no assunto, após conversas com pesquisadores da Universidade Stanford, liderados pelo cientista Mark Brongersma. Especialista em energia solar, Joo pensou em usar na produção de displays um princípio similar ao dos painéis de captação da luz do sol, cujo nome técnico é metaphotonics. Trata-se de manipular as ondas luminosas fazendo-as incidir sobre uma superfície metálica ultrareflexiva (optical metasurface), marcada com ranhuras microscópicas. Ao bater nessas ranhuras, a luz branca se transforma em gradações de vermelho, verde ou azul (RGB). Na foto acima, uma representação aproximada desse processo.
Segundo os pesquisadores, os testes mostraram que, nessa configuração, é possível atingir níveis de resolução da ordem de 10.000 ppi (pixels por polegada), quando um display OLED convencional como este fica em torno de 500 ppi. Os resultados impressionaram a comunidade científica do Vale do Silício (onde fica Stanford), a ponto do estudo ser publicado semana passada na revista Science, bíblia do setor (vejam aqui).
Provavelmente, essa descoberta irá animar a Samsung a investir mais em painéis orgânicos, algo que já provocou sérias polêmicas dentro da empresa, como mostramos neste post. Brongersma se diz muito otimista: “Além do alto nível de brilho”, explicou ele ao blog QNewsHub, “verificamos que aumenta também a acuidade das cores em comparação com os displays atuais. E o processo de fabricação ainda será mais fácil e barato”.