É fato que a tecnologia OLED sempre enfrentou dificuldades para se impor no mercado como alternativa ao LCD. Mesmo sendo tecnicamente superior, o que é reconhecido pela maioria dos especialistas, continua com um percentual ínfimo das vendas mundiais, repetindo o que aconteceu com o plasma até 2014. A diferença é que, naquela época, os fabricantes de plasma – especialmente Panasonic e Pioneer – não souberam apresentar ao consumidor variações que tornassem os aparelhos mais atraentes, assim como não conseguiram reduzir os custos de produção.
Desta vez, parece que será diferente. A LG, que lidera o desenvolvimento da tecnologia de leds orgânicos, acaba de lançar uma nova geração de aparelhos (OLED Evo) que, pelas primeiras análises em sites especializados, será difícil de superar. Ao mesmo tempo, recentes desenvolvimentos da ciência indicam que essa tecnologia tem enorme potencial de aprimoramento – enquanto o LCD parece não ter muito o que evoluir.
Ainda não testamos as novas TVs OLED Evo (foto), mas uma breve explicação sobre o que foi melhorado em relação aos modelos atuais já sinaliza o que teremos pela frente. Como se sabe, a luminosidade (brilho) é até agora o único parâmetro em que os displays orgânicos deixam a desejar na comparação com LCD. Isso se deve à própria característica do material orgânico, muito mais sensível. Quando a carga elétrica é muito alta, para aumentar a quantidade de luz emitida pelos pixels, estes se aquecem; com o uso contínuo, tendem a se desgastar mais rapidamente, degradando a qualidade da imagem.
Para evitar isso, todo display OLED conta com uma espécie de “trava”, que bloqueia a luminosidade em certo nível. A solução encontrada pela LG é aplicar sobre os leds uma camada extra de material orgânico que regula o calor excessivo. Com isso, as novas TVs atingem luminosidade 20% mais alta, o que já faz uma boa diferença nas cenas com imagens muito claras (ou, pelo menos, é o que vamos verificar durante os testes).
É importante lembrar uma mudança de comportamento dos consumidores nos últimos anos. Mais pessoas estão utilizando a TV durante o dia, tendência que se acentuou ainda mais com as quarentenas. Com maior flexibilidade nos horários graças ao home office e com a popularização do streaming, torna-se imprescindível que as TVs exibam imagens mais brilhantes. E qualquer lojista pode confirmar: diante de duas TVs, uma com mais brilho e outra com menos, a maioria dos consumidores preferirá a primeira.
Não por acaso, pesquisadores da Universidade de Michigan, nos EUA, divulgaram semanas atrás um estudo sobre um novo tipo de eletrodo, feito de prata, que aumenta em 20% a emissão de luz dos leds orgânicos sem exigir maior carga elétrica (para os interessados, o estudo está descrito neste blog). Pode ser um caminho para a tecnologia OLED, finalmente, ampliar seu market-share no mercado mundial.22