A chegada dos displays MiniLED em 2021 e o lançamento dos MicroLED em escala mundial neste início de 2022 marcam uma nova etapa do mercado de TVs de uso residencial, monitores e displays para aplicações profissionais.
Os MiniLEDs foram introduzidos por grandes marcas como Samsung, LG, TCL e Apple em TVs, monitores, notebooks e tablets. Usando backlights do tipo multizona, esses painéis – em conjunto com películas QD (Quantum Dots) – aumentam os níveis de brilho e contraste dos displays baseados em LCD, em alguns casos chegando perto da performance de um OLED.
Para 2022, o que se prevê é mais fabricantes entrando nesse segmento, o que deve beneficiar a competição e reduzir os custos de produção. Um desses fornecedores é a chinesa TCL, que em alguns países lançou TVs ultrafinos e de alto desempenho em 2021 com a chamada “terceira geração” do MiniLED, que utiliza a tecnologia OD-Zero.
Já a Samsung lançou a linha Neo QLED em versões 4K e 8K de vários tamanhos, o mesmo acontecendo com a série QNED da LG. As duas rivais coreanas lançaram também monitores para games com painel MiniLED QD, inclusive na frequência de 120Hz. Nesse segmento atuam ainda as taiwanesas Asus e Acer.
A tecnologia MiniLED também está sendo adotada para notebooks e tablets, criando uma variante “high-end” cujo destaque são os MacBook Pro, da Apple, em tamanhos de 14.2” e 16.2”, além do iPad Pro de 12.9” com backlight MiniLED. A entrada de tantas grandes marcas no segmento deve impulsionar em 2022 a demanda por esse tipo de painel. Resta ver se os fornecedores conseguirão atendê-las a custos razoáveis.
Quantum Dot
Essa tecnologia continua evoluindo com novo materiais e processos de fabricação. Isso beneficia não só o segmento LCD, mas também o de OLED, caminhando para uma nova geração de displays baseados em painéis autoemissivos.
Estamos diante de uma reinvenção do LCD a partir do filme QDEF (Quantum Dot Enhancement), que influi diretamente na pureza das cores, na gama de tonalidades (Wide Color Gamut) e na luminosidade, produzindo melhor experiência na reprodução de conteúdos HDR sem prejudicar a eficiência energética. Marcas como Samsung, TCL, Vizio, Hisense e Xiaomi já oferecem TVs de custo bem acessível com esses aprimoramentos.
OLED
Além do desenvolvimento tecnológico em si, essa tecnologia tende a ganhar espaço neste e nos próximos anos com o aperfeiçoamento dos materiais e dos processos de impressão (inkjet) dos leds orgânicos. Um de seus atrativos é a variedade de formas dos displays (dobráveis, enroláveis, extensíveis… ) que criam um inegável apelo de marketing. A coreana LG e a chinesa CSOT (do grupo TCL) são os principais competidores nesse campo.
QD-OLED
Esses displays são esperados para o início de 2022 com grande expectativa. Samsung e Sony seriam as duas principais marcas. Os displays QD-OLED combinam o melhor do OLED e dos pontos quânticos: contraste muito alto, pretos perfeitos, ângulos de visão mais amplos, maior luminosidade e ampla gama de cores.
No entanto, os fabricantes ainda precisam resolver algumas incertezas dessa tecnologia. Os materiais que permitem a emissão de luz azul não são plenamente eficientes e também apresentam desgaste com o tempo de uso. Para amenizar o problema, uma ideia talvez seja utilizar múltiplas camadas de OLED azul.
QD-MicroLED
E finalmente estão chegando os MicroLED, já conhecidos após o lançamento comercial da série The Wall, da Samsung. Seu processo de fabricação, no entanto, ainda apresenta enormes desafios, incluindo a junção (bonding) do filme RGB com o painel interno formado por milhões de microelementos. Uma saída é utilizar um chip single-color (azul) acoplado a camadas QD que façam a conversão para as demais cores.
A tecnologia MicroLED depende de uma cadeia de fornecedores madura para aumentar o volume de produção. A americana Nanosys, detentora da patente QD, adquiriu recentemente a sueca Glô, especialista na área, visando acelerar a produção desse tipo de painel, com lançamento comercial previsto para 2023/24.
(c) Display Daily
*A autora é presidente da consultoria Dash-Insights, especializada em displays. O artigo original pode ser lido, em inglês, neste link.