OK, você quer montar um home theater, mas sua sala é pequena e uma mudança está fora de cogitação. Se fosse alguns anos atrás, a recomendação seria “esqueça”. Mas a tecnologia evolui, e vêm surgindo solução para quase tudo. Inclusive para quem quer sonha ter uma tela grande numa sala pequena.
Pode parecer incoerente, mas o famoso “cinema em casa” está disponível até mesmo para pessoas que moram em apartamento compacto. Graças a produtos como TVs de tela fina, soundbars, caixas de teto e alguns aplicativos, é possível pensar num projeto até para espaços de 12 a 15m2.
Tamanho ideal da tela
Começando pela tela. Numa sala ou quarto de 3x5m, não há necessidade de uma tela com mais de 50 polegadas. Lembre-se que o fato de ficar muito próximo da TV pode ser ruim para a saúde dos seus olhos. Da mesma forma, assistir de longe também não é recomendável, principalmente se você assiste a séries e filmes legendados – força a vista do mesmo jeito.
A solução então é usar bom senso. Se seu sofá vai ficar a até 3m da tela, procure TVs com menos de 50”. Para economizar espaço, a recomendação é pendurar a TV na parede usando suportes adequados. Modelos como as OLED C1 (48”), da LG, foram pensados justamente para isso: a tela fica quase colada à parede, como se fosse um quadro.
Detalhe que muitos consumidores desconsideram é o brilho da TV. Os modelos QLED e NanoCell costumam ter telas mais reflexivas, o que é bom, por exemplo, para gerar cores mais vivas. Só que, numa sala pequena, os reflexos das luzes e/ou janela são inevitáveis. E quanto maior a tela, mais você irá notá-los. Por isso, é bom fazer o teste na loja antes de comprar.
Caixas de teto: como instalar
Se é necessário economizar espaço, nada mais natural do que embutir as caixas acústicas. Aqui você vai precisar de um profissional especializado, até para ajudar a escolher o modelo ideal para sua sala. Atualmente, a maioria dos projetos vem adotando caixas de embutir, que têm características distintas de uma caixa convencional.
O mais comum é montar as caixas sobre um forro de gesso no teto. Elas são fixadas na laje com parafusos e seus fios passam por dentro do forro até chegarem ao amplificador ou receiver. O acabamento tem de ser muito bem feito para que a caixa não vibre quando o som for ligado.
Há até alguns modelos de caixas “invisíveis”, tão finas que se confundem com a superfície do forro e são pintadas na mesma cor. Mas essas são caixas mais caras, e sua instalação requer ainda mais cuidados.
As melhores caixas de teto são as que possuem tweeter móvel (abaixo), ou seja, seu pequeno alto-falante central pode ser direcionando para o sofá (área de audição). Isso é recomendado nos três canais frontais: direito, central e esquerdo. Já nos canais traseiros (surround), podem ser usadas caixas comuns, que espalham os efeitos sonoros pelo ambiente.
Caixas na parede: veja bem a posição
Se você preferir as caixas na parede, o mais importante é definir corretamente os pontos de instalação, já que não será possível trocá-las de lugar. Existem inúmeras marcas e modelos, mas se no teto você pode escolher entre caixas redondas ou quadradas, na parede a opção em 99% dos projetos é pelas caixas retangulares.
Elas devem estar alinhadas com a altura do centro da tela (aprox. 1,20m do piso), que é também a altura média dos olhos (e ouvidos) de uma pessoa sentada. Outra medida importante: manter entre as duas caixas uma distância de 1,50m a 2m.
Aqui, é necessária uma explicação. Não se recomenda que as caixas direita e esquerda fiquem muito próximas da parede lateral, pois isso pode “achatar” os sons. O instalador deve guardar uma distância de pelo menos 30cm das paredes. Também não é legal que as caixas fiquem muito próximas da tela – a não ser que esta seja maior que 65”, mas este decididamente não é o caso aqui.
Quando a distância entre as duas caixas é curta, perde-se o chamado “palco sonoro”, que é a sensação de espacialidade. Você tem a impressão de que os atores estão dentro da sua sala; e no caso de um show, por exemplo, é como se você estivesse lá, na frente do palco.
Uma alternativa são as caixas chamadas on-wall, que vão montadas sobre a parede com suportes fornecidos pelo fabricante. A instalação, claro, é bem mais simples, e existem diversos modelos de pequeno porte que também vão ocupar um mínimo de espaço na sala.
Onde colocar a caixa central
Todo sistema de home theater requer uma caixa acústica central. Ela é responsável pela maior parte dos diálogos e, sem eles, toda a experiência do filme acaba se perdendo. Com caixas convencionais, você já sabe: deve-se colocar a central logo abaixo da tela. Mas o que fazer quando a caixa é embutida na parede?
Nesse caso, não existe milagre. O instalador deve fazer as medições e optar por embutir a caixa na parede a 3 ou 4cm da tela – em cima ou em baixo. A opção é muitas vezes estética, mas tecnicamente a caixa central deve estar o mais alinhada possível aos tweeters das caixas direita e esquerda.
Portanto, resolve-se o problema posicionando essas duas numa altura pouco acima do centro da tela, ou seja, a 10 ou 15cm de onde vai ficar a central. Se esta for ficar em baixo, convém também baixar um pouco as outras duas. O que é totalmente errado – embora ainda se encontre por aí – é colocar a central bem embaixo, quase no chão, e as outras duas caixas no alto.
O alinhamento, no caso, é o que vai garantir a fluidez no som dos filmes, séries, games etc.
As vantagens das soundbars
As soundbars (“barras de som”) surgiram exatamente para atender a necessidade de quem tem pouco espaço na sala. Com o tempo, vieram incorporando mais e mais recursos, a ponto de quase substituírem os receivers em sistemas de home theater. Mas não é bem assim.
Uma soundbar raramente é capaz de oferecer a mesma flexibilidade e desempenho de um sistema com receiver + caixas posicionadas em seus devidos lugares (os modelos que conseguem isso são caríssimos, na faixa dos R$ 20 mil). O que a soundbar faz é “simular” os efeitos surround através de pequenos alto-falantes embutidos na barra.
Essa simulação pode ser melhor ou pior, dependendo do modelo. Exige-se um excelente processador interno e falantes também de ótima qualidade, posicionados dentro da barra para dispersar os sons para frente e para os lados, aproveitando as reflexões das ondas sonoras nas paredes. Com a digitalização, as soundbars têm atingido desempenho surpreendente.
Se seu problema é falta de espaço, certamente é interessante considerar uma soundbar, já que assim não será preciso ter várias (pelo menos 5) caixas espalhadas pelo ambiente. Outra vantagem é que você mesmo pode instalar, pois basta ligar a caixa na tomada e seguir as configurações do menu ou do app fornecido pelo fabricante.
A soundbar também pode ser usada para som ambiente, reproduzindo músicas de seu smartphone ou laptop; algumas já se conectam diretamente com a internet. Um detalhe importante: dê preferência a modelos que tenham a entrada HDMI ARC (ou e-ARC). É por ela que você irá ligar a soundbar a sua TV para obter melhor qualidade sonora nos filmes, séries, jogos e programas reproduzidos pela TV.
(c) REVISTA HOME THEATER & CASA DIGITAL
Temas relacionados:
Os segredos e benefícios das caixas acústicas de embutir
Veja como ter grandes imagens em pequenos ambientes!