Projetos de sonorização, que espalham música pela casa toda, estão entre as principais aspirações dos consumidores. Principalmente aqueles que residem em casas ou apartamentos com vários cômodos e/ou áreas externas como varandas, churrasqueiras e piscinas. São locais ideais para receber os amigos com uma boa música embalando a festa.
Nos últimos anos, esse tipo de projeto vem sendo impulsionado pela queda nos preços dos equipamentos e a facilidade das conexões sem fio. Se antes era obrigatório encher a casa de cabos e canaletas, o que sempre implica reformas, agora basta escolher os aparelhos e acessórios adequados e configurar tudo via aplicativo.
Mas, cuidado: pode ser fácil para um profissional especializado, não para leigos ou iniciantes. Existem dezenas de equipamentos no mercado que prometem milagres, inclusive com tutoriais no YouTube. Mas cada casa ou apartamento tem suas peculiaridades. E somente um instalador profissional é capaz de identificá-las e encontrar as soluções mais adequadas (aqui, alguns exemplos).
Neste artigo, listamos orientações que nossa equipe vem coletando ao longo dos anos, acompanhando o trabalho dos melhores profissionais da área e a evolução dos equipamentos. Confira.
1.Quantos cômodos serão sonorizados
Você pode começar com um sistema de som ambiente apenas para um dos cômodos (a varanda ou o escritório, por exemplo), ou partir logo para sonorizar tudo: quartos, cozinha, banheiros, área externa… Hoje, existem amplificadores multiroom compactos que permitem levar o som até a 8 ambientes, com controle por app de celular (veja este teste). E você pode decidir se quer a mesma música tocando na casa toda, ou alternar as playlists para cada ambiente.
2.Qual deve ser a potência do amplificador
Todo sistema de sonorização é centralizado num amplificador multiroom (ou multizonas), que irá alimentar as caixas acústicas espalhadas pela casa. Deve-se escolher um amplificador com potência suficiente para levar som em volume satisfatório a todos os ambientes. Isso exige testes e cálculos feitos por um instalador profissional. Para uma sala fechada de até 15m2, em geral é suficiente um amplificador estéreo de 20W por canal. Quanto maior a área, mais potência será necessária para um bom resultado (entenda).
3.Cuidado na escolha das caixas acústicas
Não é qualquer caixa que pode (ou deve) ser usada em som ambiente. Primeiro, é preciso checar se a caixa é compatível com o amplificador, verificando sua potência, impedância e sensibilidade. Há fabricantes que produzem tanto caixas quanto amplificadores, facilitando a escolha. Mas não é obrigatório usar tudo da mesma marca. Mais importante é que sejam produtos do mesmo padrão: uma caixa high-end com um amplificador mediano (ou vice-versa) fatalmente terá seu desempenho depreciado.
4.Caixas convencionais ou de embutir
Cada vez mais projetistas vêm adotando caixas de teto para sonorização ambiente. A vantagem é puramente estética: as caixas quase desaparecem no ambiente (há até as caixas “invisíveis”, de teto ou de parede, que desaparecem mesmo: veja este vídeo). Mas caixas de embutir exigem muito mais cuidados na instalação, com cabos e suportes adequados, pois é complicado mexer nelas depois de instaladas.
5.Dois canais de áudio para cada zona
No jargão técnico, “zona” é como se define cada espaço a ser sonorizado. Pode-se ter 2 ou 3 zonas numa mesma sala grande, por exemplo, combinando living, sala de jantar e área gourmet. Amplificadores multiroom geralmente são configurados em “zonas estéreo”, com 2 canais em cada espaço. Existem modelos de uso residencial para até 16 canais, ou 8 zonas, de modo que cada ambiente pode ser controlado individualmente, compartilhando a potência gerada pelo amplificador.
6.Fontes de sinal e expansão do sistema
Na escolha do amplificador, deve-se definir quais fontes de sinal de áudio serão usadas: toca-discos de vinil, CD, DVD, Blu-ray, rádio, microfone ou – a mais comum atualmente – serviços de streaming. Os melhores modelos possuem entradas para diversas fontes, e alguns já vêm com player de streaming integrado, permitindo acessar pelo seu controle (ou por app de celular) os principais serviços de música online. Outra vantagem desses amplificadores é facilitar a expansão do sistema, quando o usuário quiser, por exemplo, trocar o celular ou acrescentar uma fonte.
7.Quando usar conexão cabeada ou sem fio
A conexão Wi-Fi é cada vez mais usada em sistemas de sonorização, mas pode não ser a mais indicada. O projetista, ao analisar a casa, terá condições de determinar o que é melhor. Redes cabeadas são mais confiáveis porque não sofrem interferências e garantem sinal de melhor qualidade o tempo todo. Mas são mais complexas e demoradas para instalar, às vezes exigindo reformas para passagem dos cabos. Por motivos óbvios, redes sem fio são mais práticas tanto na instalação quanto na configuração dos canais. Detalhe importante hoje em dia: precisam ser protegidas contra invasões e roubo de dados.
8.Som ambiente a partir do receiver
Se você já tem um receiver funcionando com a TV, pode usar as saídas PRE-OUT para conectar duas caixas amplificadas levando som a um segundo cômodo da casa. É uma solução bem básica, já que o mesmo som reproduzido pela TV é direcionado ao segundo ambiente. Se o receiver tiver alta potência (acima de 80W por canal) e saída ZONE2, pode-se jogar no outro ambiente um sinal diferente da TV (música de um player conectado ao receiver, por exemplo). Alguns receivers têm ainda ZONE3, permitindo alimentar um terceiro ambiente.
9.Como levar som para a área externa
Outra tendência do mercado atual é a sonorização de áreas como varandas, churrasqueiras, piscinas, jardins etc. A principal diferença é que, em espaços abertos, a dispersão sonora é muito maior, exigindo atenção do projetista ao definir a quantidade de caixas acústicas e seu posicionamento. Para uma cobertura eficiente, deve-se colocar um par de caixas a cada 20m2, e no máximo a 3m de altura, dando prioridade aos pontos de maior concentração de pessoas. E, acima de tudo, utilizar somente caixas do tipo outdoor, que são preparadas para uso em condições extremas de clima e temperatura.
10.As vantagens da automação
Além de todos os requisitos técnicos, é fundamental pensar em como o sistema de sonorização será controlado pelos usuários. O uso de aplicativos de celular é a solução aparentemente mais simples, só que tem suas limitações. Como o celular é utilizado para várias atividades, você terá de abrir o app toda vez que tiver de escolher uma playlist ou ajustar o volume. Mais seguro e confortável é instalar keypads de parede nos ambientes sonorizados, onde qualquer pessoa pode acionar ou desligar o sistema. Melhor ainda se o sistema de áudio for integrado a uma central de automação, onde tudo será pré-configurado para controle a partir de qualquer ponto da casa. Nesse caso, os keypads podem também ser usados para acender/apagar luzes, abrir/fechar cortinas, ligar alarmes e ajustar a temperatura do ambiente, entre outros recursos.
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