2023 foi um dos anos mais interessantes para a tecnologia OLED. Mas tenho duas boas razões para crer que 2024 será melhor ainda.
A primeira é que será o segundo round da disputa entre as tecnologias MLA (Micro Lens Array) e QD-OLED. A primeira foi introduzida pela LG na série G3, exibida na CES do ano passado. Consiste na aplicação de uma camada de lentes microscópicas sobre cada um dos leds orgânicos, visando maximizar os níveis de brilho. Alguns modelos atingem picos de 2.000 nits, contra 700 nits dos painéis OLED convencionais.
Com isso, as TVs OLED de marcas como LG, Philips e Panasonic tornam-se concorrentes diretas da 2ª geração das QD-OLED, lançadas pela Samsung com o mesmo objetivo. A principal diferença é que a Samsung (assim como a Sony) utiliza pontos quânticos em vez de lentes microscópicas.
Isso tudo resultou em algumas das TVs com maiores índices de luminosidade que passaram por nossa sala de testes em 2023. Além de acalorados debates entre nossos especialistas para escolher a melhor TV do ano; o modelo A95L, da Sony, acabou ganhando. Veremos agora como se sai a 4ª geração das OLED com painel evo (G4), que a LG irá mostrar na CES.
A disputa do ano: OLED vs MiniLED
A segunda razão para acreditar que 2024 será um ano decisivo para a tecnologia OLED é o crescimento do MiniLED. Vários fabricantes de peso, como as chinesas TCL e Hisense, estão declarando adesão total aos painéis MiniLED, que pode rivalizar com os OLED por um custo mais acessível.
Com leds bem menores e zonas de dimerização mais flexíveis, os fabricantes de MiniLED conseguem superar o problema dos baixos níveis de preto, aumentando a sensação de profundidade das imagens e otimizando a reprodução das cores. Na comparação com OLED, também oferecem menos desgaste ao longo do tempo (burn-in) e níveis mais altos de brilho – a Hisense, por exemplo, acaba de lançar o modelo 10UXMini, de 110”, especificado para picos de 10.000 nits.
Embora ainda não tenhamos visto uma TV MiniLED superar as melhores OLED em qualidade de imagem, elas estão chegando perto. E, como no caso da TCL C845, a combinação de benefícios faz do MiniLED uma boa aposta para o segmento de TVs mid-to-high-end.
Em conversas com executivos da indústria, temos ouvido mais e mais argumentos de que o MiniLED pode ser uma boa opção para as TVs de alto padrão. Se essa tendência continuar em 2024, teremos finalmente um desafio para o OLED, até agora considerado imbatível.
*O autor é editor-chefe da revista inglesa What Hi-Fi? Para ler o artigo original na íntegra, clique aqui.