Saiu uma nova edição do relatório MOAR (Marketing Opportunity Analysis Report), produzido pela AVIXA, a entidade que organiza a InfoComm e congrega profissionais de áudio e vídeo de diversos países. Desta vez, o foco é o mercado brasileiro, revelando entre outras coisas que mais de 80% dos compradores de soluções AV pretendem aumentar seus investimentos neste 2º trimestre de 2024.
Segundo os pesquisadores, a expectativa de aumento de 1.7% no PIB (previsão do Banco Mundial) é que determina esse otimismo, apesar dos problemas com a dívida pública e a ameaça de recessão. Investimentos em infraestrutura e educação, além do aumento da competição entre as empresas, tendem a estimular o setor.
O relatório da AVIXA define esse mercado como dominado por integradores e distribuidores, com exceção do segmento painéis de LED, em que há vários fabricantes internacionais operando no Brasil. O grupo de integradores inclui algumas empresas de grande e médio porte (com vendas acima de US$ 5 milhões) e centenas de pequenas. Reconhece ainda que existe um ativo mercado online para compra de aparelhos e acessórios AV.
Mas os analistas responsáveis pelo estudo também fazem críticas ao modelo comercial adotado no Brasil, que, segundo eles, é baseado no conceito de preço baixo. Fabricantes e distribuidores frequentemente têm que enfrentar a percepção dos consumidores de que os produtos AV são muito caros, o que é acentuado pelo complexo sistema tributário e as altas taxas de importação.
O valor dos produtos. E dos serviços
Os integradores em geral também contribuem para agravar essa situação, ao basear seus negócios em margens sobre o valor dos produtos, e não sobre o valor dos serviços. O resultado é que os consumidores acabam não percebendo valor nos serviços oferecidos e pressionam por preços cada vez mais baixos dos equipamentos.
Uma das principais características do mercado brasileiro, diz o relatório, é a invasão de produtos asiáticos de baixo custo, que chegam a ser vendidos por até 10% de seu valor original. Por não perceberem, ou não darem importância à questão da qualidade, muitos usuários acabam optando pelos produtos mais baratos.
A pesquisa concluiu que mais de 50% dos usuários finais de soluções AV no Brasil estão investindo em sistemas de conferência e colaboração em suas empresas, o que inclui escritórios das grandes corporações. Este, aliás, é apontado como o principal segmento do mercado AV, seguido por governos e escolas.
Nesse quadro, as soluções de TI estão se tornando cada vez mais importantes para o setor Pro AV. Prova disso é que a maioria dos técnicos AV dentro das empresas hoje se reportam aos colegas de TI, em vez de manterem uma operação independente. Mesmo assim, a decisão final de compra continua restrita ao proprietário, presidente ou CEO da empresa.
Para quem se interessar, os detalhes do relatório MOAR estão disponíveis neste link. Evidentemente, os dados foram colhidos antes da tragédia gaúcha, cujos efeitos sobre o setor ainda não podem ser avaliados.