TV 3D, Google Glass, Zune, MiniDisc, Kinect, Windows Phone… não é pequena a lista de inovações tecnológicas que resultaram em retumbantes fracassos. Algumas delas estrearam justamente na CES, onde foram saudadas por especialistas como “revolucionárias”. Pena que o distinto público não tenha concordado.
Aqui, mostramos alguns dos fiascos mais marcantes na história da indústria eletrônica e por que, apesar de realmente inovadores, não deram certo. Confira:
TV 3D (2010-2013) – Não se pode afirmar que a tecnologia de vídeo tridimensional está extinta; algumas empresas (pequenas) volta e meia aparecem com propostas nessa linha, mas agora sem aqueles polêmicos óculos. Ainda há quem acredite em seu futuro, já que a sensação de imersão é realmente cativante. Os problemas, 15 anos atrás, foram vários. Um deles, além do incômodo óculos, foi a falta de conteúdos que justificassem o investimento nas telas. Várias grandes empresas embarcaram nessa, e perderam muito dinheiro…
MySpace (2003-2010) – Talvez a primeira rede social digna desse nome, chegou a ter mais de 1 milhão de usuários nos EUA. Adquirida em 2005 pelo grupo jornalístico News Corp (o valor – US$ 580 milhões – foi considerado astronômico na época), perdeu-se em decisões errôneas da empresa. O maior problema era sua interface, muito complicada para o usuário comum. Foi facilmente derrotada pelo Facebook.
MiniDisc (1998-2005) – O formato lançado pela Sony (um pequeno player digital para reprodução de música, espécie de “miniatura” do CD) tinha seu apelo. Apesar da boa qualidade de áudio, foi engolido pelo iPod e os milhares de dispositivos portáteis baseados em MP3.
Google Glass (2013) – Talvez o mais famoso “fracasso” do Google, que já teve várias versões e nunca conseguiu emplacar. Combina óculos de realidade aumentada com fone de ouvido e microcâmera embutida. Mas preço, utilidade limitada e as questões ligadas à privacidade do usuário têm se revelado barreiras quase intransponíveis para essa tecnologia. Mais sobre Google abaixo.
Zune (2006) – Tentativa frustrada da Microsoft de entrar no segmento de players portáteis competindo com o iPod. Convenhamos que a disputa aí não era mesmo fácil. A empresa, especialista em software, não em hardware, teve que retirá-lo de cena dois anos após o lançamento, que se revelou tardio para um segmento tão concorrido.
Tumblr (2007-2019) – Plataforma de mídia social que pretendia atrair artistas e comunidades “descoladas”, foi uma das maiores aquisições da década passada. O Yahoo pagou US$ 1,1 bi em 2013 – só para acabar vendendo por US$ 300 milhões em 2019! Motivos: perdeu muitos usuários ao banir seus conteúdos “adultos” e não conseguiu acompanhar a explosão do Instagram e do Tik Tok.
Iridium (1998) – Na época, essa divisão da Motorola foi considerada uma ideia genial: uma plataforma de comunicação global com base em 66 satélites, com a proposta de integrar dispositivos do mundo inteiro. Chegou a receber aportes de US$ 5 bilhões para conquistar meros 55 mil usuários. Descobriram tarde demais que os custos eram proibitivos (uma ligação saía por 7 dólares o minuto). De certa forma, antecipou a era do 5G. Hoje, é usada apenas em nichos como aplicações militares e de pesquisa em locais remotos.
Smartphones Google (2010-2023) – Apesar de sua onipresença na vida de todo mundo, o Google possui uma incrível história de fracassos, particularmente no campo dos smartphones. Por motivos variados, a empresa-líder da internet e dona do Android, plataforma mais usada no mundo, não consegue acertar no hardware de seus aparelhos. Desde o primeiro Nexus, lançado em 2010, e passando pelas seguidas modificações no Pixel, lançado em 2016 e que continua em linha, a Alphabet (dona do Google) já tentou parcerias com fabricantes como LG e Huawei, mas sem êxito. Pra complicar, a concorrência – principalmente Apple e Samsung – se acirrou, e mesmo com toda a força do seu marketing o Google continua patinando nessa área.
Fire Phone (2014) – Outra gigante que sofre para entrar no segmento de smartphones é a Amazon. Apesar de tantos produtos de sucesso (Alexa, Kindle e os players de streaming da linha Fire), a tentativa de lançar um celular fracassou. Na verdade, essa plataforma foi pensada para TV e computador, funcionando integrada ao Prime Video e todo o ecossistema Amazon. Mas terá de baixar seu preço e oferecer recursos inovadores para enfrentar Apple e Android.
Kinect (2010-2023) – Após cinco anos de pesquisas, a Microsoft lançou esse, digamos, brinquedo com grande aceitação entre os especialistas. Foi o primeiro dispositivo sem fio para controle de games, com potencial para aplicação até em segmentos como medicina e drones. Mas as vendas iniciais foram decepcionantes, o que levou a empresa a tentar alternativas como uma linha de jogos exclusiva, tendo como base o console Xbox. O público, porém, não comprou a ideia do combo, mesmo com comandos por voz e por gestos. Houve ainda a tentativa de integrar o Kinect ao Xbox One, desativada após dois anos. E uma versão para uso com a plataforma de nuvem Azure, descontinuada em 2023.
*Levantamento produzido com auxílio do ChatGPT