Começam a chegar ao mercado mais TVs com capacidade de interagir com outros equipamentos e se adaptar às preferências e hábitos dos usuários. É o caso da linha C6, da TCL, que traz a mais recente versão do sistema operacional Android, já incluindo o assistente virtual Google Assistant em português e uma série de outros recursos de Inteligência Artificial.
Descrição
O modelo de 65”, que recebemos em primeira mão para testes (há também opção de 55”), é impacto à primeira vista, especialmente devido à base tripé sob a soundbar embutida na moldura, que ganha aparência de uma tela flutuante. Essa soundbar de formato cilíndrico é fruto de parceria com a Harman Kardon e oferece áudio superior as TVs comuns.
A tela é ultrafina (menos de 1cm na parte superior), e sua montagem sobre a base se mostrou um pouco mais demorada do que na maioria dos modelos. Duas das três entradas HDMI desse TV são compatíveis com conteúdos 4K@60p; para os testes, utilizamos trechos de arquivos gravados em 4K e salvos num pen-drive, que conectamos numa das entradas USB versão 3.0.
O pequeno controle remoto que acompanha a TCL C6 funciona com IR e Bluetooth, para os comandos de voz, além de teclas Netflix e Globo Play.
Configuração por Android
Uma das vantagens de uma TV Android é poder comandar e se integrar com smartphones e tablets, inclusive nas configurações iniciais. Basta seguir instruções na tela, como abrir o app Google no smartphone e dizer “configurar a TV TCL”, para baixar um app de controle; o aparelho copia automaticamente os detalhes da rede e da sua conta.
No YouTube, apareciam os vídeos dos canais assinados, enquanto no Play Filmes é possível voltar a assistir de onde se havia parado no smartphone. A tela inicial (Home) do Android é personalizável para incluir ou excluir apps e funções, como acesso às fontes de sinal, arquivos em vídeo e fotos e espelhamento de tela (T-Cast) com o smartphone.
Google Assistente em português
O sistema operacional Android Oreo (8.0) traz o Google Assistente e recursos de Inteligência Artificial (AI). Por voz, foi possível comandar as funções básicas da TV, pesquisar endereços no Maps e aplicativos previamente configurados para isso (não só no Google), enquanto assistíamos a um filme.
O assistente de voz pode ser acionado pelo controle remoto ou pelo app de controle no smartphone. Foi assim que acessamos séries do Netflix e canais de vídeos do YouTube. Se o usuário tiver uma caixinha Google Home Mini, dá para “chamar” qualquer conteúdo do YouTube, Netflix, Spotify ou Tidal para reproduzir na TV, via protocolo Chromecast.
Avaliação
Com potência de áudio de 30W, a C6 foi uma das poucas TVs que ofereceu um som decente, sem distorções e ruídos para comprometer a inteligibilidade das trilhas de filmes. Logicamente faltam graves para a soundbar acoplada à tela, que possui quatro pequenos drivers. Em compensação, sobra volume para médios-agudos e uma boa simulação surround.
Começamos os testes com imagens HD do Globo Play (The Vampire Diaries) e da Netflix (A Blindspot), e vimos um tratamento da imagem bem mais satisfatório numa posição mais afastada da tela (de 2m para 3m), no modo Filme. Ao diminuir brilho, contraste e nitidez, o upconversion mostrou melhor redução de ruídos e uma suavidade homogênea na imagem.
Contudo, foi com sinal 4K e HDR10 que conhecemos as melhores virtudes da C6. Tanto com séries da Netflix (Dilema e Daredevil) quanto com nossos vídeos-demo da web, com a sala escura, foi possível perceber muito mais detalhes em cenas noturnas e diferenças entre fios de cabelo, por exemplo.
A qualidade do preto só não foi destaque porque o backlight Edge-lit deste modelo não evitou totalmente os vazamentos de luz nas extremidades e em alguns pontos da tela, o que é normal na maioria das TVs que não trabalham com backlight do tipo FALD. Já com o ambiente iluminado, as variações de cinza e preto nas cenas escuras não foram exibidas com a mesma precisão.
Mesmo assim, este TV – que possui painel VA RGB – preserva bem a intensidade das cores. Passando aos modos de maior pico de luz (Dinâmico/Padrão), a TV C6 não atingiu o alto potencial de brilho e contraste do padrão HDR. Mas vimos uma gama de cores rica e fiel, capaz de valorizar qualquer conteúdo gravado em 4K HDR.
Ficha técnica
* Teste realizado pela equipe de HOME THEATER e publicado na edição de junho de 2019 (#277). Para saber mais, baixe a versão digital da revista.