Se há uma tendência que pode ser depreendida da CES 2020, essa é a Inteligência Artificial. Puxada por três gigantes – Google, Amazon e Samsung – essa tecnologia vai se espalhando por todo o mercado, ainda que para muitos usuários (e mesmo profissionais) não estejam bem claros seus custos e benefícios.
Uma rápida pesquisa na lista de aproximadamente 3.500 expositores da CES revela a quantidade de empresas envolvidas com AI (a sigla em inglês aparece frequentemente nos materiais de divulgação). A face mais visível está nos assistentes de voz, presentes em inúmeros estandes da feira e já consolidados como a interface preferencial para usuários lidarem com seus aparelhos a partir de agora.
Uma pequena esfera rola pela casa
acompanhando o usuário. É um robô,
que cumpre tarefas solicitadas por voz.
Além de uma infinidade de produtos que respondem a comandos de voz, a CES apresentou novos aspectos da AI que o consumidor comum ficará conhecendo melhor este ano. Exemplo: a capacidade de um aparelho saber o que o usuário deseja antes mesmo que este diga uma simples palavra!
Sim, o conceito de Inteligência Artificial já embute a coleta de dados sobre as preferências e comportamentos do usuário, de tal maneira que o aparelho – dotado de um processador (e todos têm um…) – possa analisá-los, fornecer recomendações e até antecipar decisões de seu feliz proprietário.
A Samsung, por exemplo, anunciou que alguns de seus TVs 2020 terão embutido o assistente Bixby com altas propriedades de interação. Uma delas: se você disser algo como “mostre-me algo para relaxar”, o TV irá buscar uma bela imagem de praia ensolarada.
Outro exemplo de AI apresentado pela Samsung, inclusive no discurso de abertura da CES por seu presidente H.S.Kim, chama-se Ballie. Ballie, essa pequena bola amarela que acompanha o usuário o tempo todo e vem a ser, acredite, um robô. Que responde a comandos de voz como acender/apagar luzes, abrir portas, ligar o ar-condicionado etc.
Robôs, por sinal, foram uma figura constante nos corredores do Las Vegas Convention Center. Montadoras usaram-nos para mostrar os avanços de seus automóveis, caso da Ford, que mandou fazer esta espécie de Robocop cuja função seria carregar itens pesados da casa para o carro e vice-versa.
Alexa já está em mais de 100 mil produtos.
E agora começa a entrar também em carros,
bicicletas e até vasos sanitários.
AI é também o que está por trás dos eletrodomésticos nesta era smart. O já famoso aspirador de pó da LG agora será capaz de “aprender com os próprios erros”, na explicação de I.P.Park, diretor de tecnologia do grupo coreano. E com o espelho ThinQ Fit (acima) será possível será possível experimentar virtualmente uma roupa que você esteja querendo, antes de decidir a compra.
Segundo a Amazon, que montou um grande estande na CES (abaixo), já existem, já existem no mundo mais de 100 mil produtos trazendo embutido o assistente Alexa. Talvez você não acredite, mas já é possível acionar dessa forma dispositivos como bicicletas virtuais (e-bikes), máquinas de lavar e secar e até vasos sanitários!
A estratégia da empresa de Jeff Bezos é firmar a maior quantidade possível de parcerias, em todos os segmentos, de tal forma que Alexa esteja presente no dia a dia das pessoas. Vale também para os carros da família, que passam a ser uma extensão da casa ao incorporar recursos de AI.
É o mesmo que planeja o Google, cujo assistente de voz está presente em milhares de dispositivos – e contando. Na CES 2020, houve demonstrações de coisas como coisas como um “tênis smart” (acima), da Asics, que diz, que diz ao atleta como correr mais e melhor; ou uma escova de dentes, da Oral-B, que analisa sua boca e faz toda a limpeza em 10 segundos!
Mas, em matéria de Inteligência Artificial, nada superou nesta CES as figuras do Neon (acima), plataforma apresentada pela Samsung com “humanos artificiais” (veja o vídeo). São reproduções perfeitas de pessoas comuns que – pelo menos nas demonstrações da empresa – mostraram ser capazes de conversar, interagir e até cumprir ordens dos usuários.
Será esse o nosso futuro?
*Com informações dos fabricantes e dos sites CNET, Digital Trends e TechRadar.
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