Virada de ano é sempre época de balanços e previsões. Analisa-se os 12 meses anteriores tentando antecipar o que acontecerá nos 12 próximos, o que às vezes descamba num exercício de adivinhação. Tendo isso bem claro, no entanto, é possível extrair aprendizados que nos ajudem a moldar os próximos passos.
Falando especificamente do segmento de automação residencial (e predial, já que ambos estão cada vez mais integrados), têm saído alguns estudos que apontam para o futuro com otimismo. Talvez não já em 2022, mas como esse é um processo de evolução pode-se prever alguns avanços em relação a 2021.
Em outubro, foi divulgada pesquisa internacional mostrando como o sucesso de produtos smart (TVs, caixas acústicas sem fio, assistentes de voz) está impulsionando muitos consumidores a conhecer e experimentar automação. A previsão é que o segmento crescerá 10% ao ano até 2025 (mais detalhes aqui).
Esta semana, o excelente site CE Pro divulgou outro estudo – este focado no mercado americano – que mostra como os produtos smart estão penetrando nas classes de média e até baixa renda. Calma! Como tudo que se refere aos EUA, é preciso cuidado com esse tipo de análise. “Baixa renda”, lá, indica pessoas que ganham menos de US$ 75.000 por ano. Numa conta de padaria, isso dá cerca de R$ 35.000 por mês. No Brasil da inflação a 12% e gasolina a R$ 7, quantas pessoas você conhece que têm essa renda?
Desconsiderando as diferenças entre os dois países, é importante destacar que a pesquisa Shifting Smart Home Buyer Personas, apresentada pelo site, avalia o impacto dos produtos smart de baixo custo no estímulo ao uso de mais recursos automatizados. O objetivo do estudo era justamente ir além do público que já consome muita tecnologia e que, por isso, está mais propenso a investir em automação.
Um dos achados que é mais pessoas estão tomando contato com essas tecnologias porque aumentou expressivamente o número de pontos de venda. Isso inclui os chamados home centers, como Ikea, Home Depot e Lowe’s, equivalentes aos nossos Leroy Merlin, C&C e TelhaNorte, por exemplo.
Importante: essas grandes redes estão montando equipes de vendedores e demonstradores especializados em produtos eletrônicos smart. Sabem que, se o mercado por lá já é grande, pode ser muito maior se incluir a classe média.
Aqui, infelizmente, com tantos desempregados e incertezas na economia, fica difícil pensar em algo semelhante.