Entre os diversos produtos exibidos na CES 2023, que está se encerrando hoje em Las Vegas, poucos deverão ter o impacto comercial das novas TVs Samsung QD-OLED. Lançada timidamente na edição 2022 apenas em 55″ e 65″ (vejam aqui), essa tecnologia amadurece visivelmente, puxada pelos altos investimentos da gigante coreana – e também da rival LG, além de uma série de fabricantes chinesas – no aperfeiçoamento dos painéis OLED.
Como já explicamos neste post, QD-OLED é uma combinação do painel de leds orgânicos, que dispensa backlight, com a película de pontos quânticos, mais conhecida pela sigla QLED. Até o ano passado, a Samsung resistia a entrar no segmento OLED alegando que os painéis utilizados pela concorrente LG eram do tipo WOLED, de baixa qualidade. Não foi o que disse o mercado: especialistas de vários países confirmaram o que vimos em nossos testes práticos, em que as TVs OLED quase sempre apresentaram desempenho superior.
Após várias idas e vindas, a Samsung tomou a decisão, em 2021, de construir uma fábrica totalmente dedicada à produção de painéis orgânicos (aqui, os detalhes). A diferença é que não utiliza o subpixel branco (WOLED = White OLED), mas um LED RGB “puro”, o que, segundo a empresa, oferece enormes ganhos na qualidade da imagem. Por ser, desde 2017, proprietária da tecnologia QD (pontos quânticos), a Samsung conseguiu juntar as duas para produzir, na nova fábrica, as TVs QD-OLED.
Detalhe sutil, mas muito significativo: a empresa desistiu de usar a marca “QD-OLED”, adotando apenas “OLED” na linha de TVs exibida na CES 2023, em tamanhos que começam em 34″ e vão até 77″ (foto acima). Está sendo um dos produtos mais elogiados do evento, graças a avanços como HyperEfficient Emitting Layer, uma camada extra de polímero ultrassensível que dobra a luminosidade de cada pixel; e o algoritmo IntelliSense, que atua sobre cada led em tempo real.
Claro, teremos que ver na prática o desempenho dessas TVs quando chegarem ao mercado, provavelmente no segundo semestre. Mas já se pode afirmar que a mudança na estratégia da Samsung representa um tremendo “up” na evolução da tecnologia OLED, um campo em que a LG até agora lutava praticamente sozinha.