Todos os detalhes do nosso teste com a TV OLED Samsung S95D

Por ALEX DOS SANTOS

Este lançamento da Samsung em 2024 pode ser considerado um marco na evolução das TVs. Além de combinar os benefícios da tecnologia QLED em volume de cor com o alto contraste dos painéis orgânicos, as TVs QD-OLED trazem capacidade de brilho e recursos gamers aprimorados com algoritmos de Inteligência Artificial.

Oferecida somente em 65”, a série 65S95D é uma das flagship da marca, ao lado das avançadas Neo QLED 4K (QN90D) e 8K (QN900D e QN800D). Há ainda uma segunda linha de TVs OLED (S90D), mais parecida com a 55S90C lançada em 2023 (veja o teste aqui). A S95D é a única equipada com película antirreflexo, além de um design ultrafino e a central de conexões OneConnect (foto abaixo).

Bastou abrir a embalagem para notar a construção, muito superior a uma OLED de entrada como a S90C. A começar pela base em metal na cor titânio, bem mais rígida, robusta e de montagem um pouco mais trabalhosa. O padrão de design similar às principais Neo QLED se estende à finíssima moldura em alumínio e à presença do OneConnect, que reúne todas as fontes de sinal e processamentos da TV.

Como essa central de conexões alimenta a tela através de apenas um cabo, que conduz energia elétrica e dados de áudio e vídeo, a TV em si não tem aquela grande caixa na traseira do gabinete; sua espessura é ínfima: apenas 11mm.

No painel traseiro da TV Samsung, não há vias para guiar o cabeamento porque o OneConnect pode ser facilmente fixado na base e conectado à TV por um cabo de 30cm (envolto em cobre e fibra óptica); este acompanha o produto, juntamente com um de 2,50m para quem preferir instalar o módulo OneConnect no móvel. Vale lembrar que, por ser um cabo de plugues robustos, exclusivo da Samsung, a tubulação deve ser previamente estudada se a tela for instalada na parede.

Som Atmos em 4.2.2 canais

A exemplo das TVs Neo QLED mais avançadas, na traseira da S95D há uma linha de oito falantes planos, que operam em 4.2.2 canais e liberam um total de 70W (segundo o fabricante). Esse arranjo visa garantir melhor definição de áudio e sensação surround, utilizando as tecnologias Dolby Atmos e OTS Pro (Object Tracking Sound Pro), com os sons acompanhando os efeitos na tela.

Em ambas, a qualidade de áudio pode ser potencializada com uma soundbar Atmos compatível com o recurso Sincronia Sonora, em que todos os falantes trabalhando sincronizados ampliam o envolvimento da trilha. Embora a S95D reproduza Dolby Atmos através de seus falantes, o melhor resultado se obtém com um receiver e caixas individuais, bem posicionadas no ambiente.

Jogos, também com ajustes por IA

Com capacidade de 40Gbps, as conexões HDMI 2.1 da TV OLED Samsung facilitam o acesso a vários recursos para gamers. É o caso da passagem de sinal 4K a 120Hz gerado por um console, ou a 144Hz por um PC gamer com placa gráfica de última geração.

Tela e conexões estão preparadas para receber conteúdos HDR com a sua versão de metadados dinâmicos (HDR10+), mas não Dolby Vision porque a Samsung adota esse padrão. Afora o baixo tempo de resposta peculiar das TVs OLED, o usuário gamer encontrará as principais certificações (HGiG) e tecnologias para o melhor desempenho visual nos jogos.

A Taxa de Atualização Variável (VRR) e o processamento FreeSync Premium Pro evitam a quebra de imagem na transição de quadros. A comutação ALLM diminui o tempo de latência nos comandos. Também pode ser acionado um mini menu com ponto de mira virtual, informações sobre atraso de entrada e quadros por segundo (FPS), formato de tela superwide (21:9 e 32:9) para jogos em PC e acesso rápidos aos justes de áudio e vídeo.

Uma das novidades das TVs Samsung este ano é o reconhecimento de conteúdo por IA, permitindo que as configurações de som e imagem sejam feitas de acordo com o gênero do jogo. Além disso, estão disponíveis outros seis modos de ajuste e dois para configurações personalizadas.

No painel de jogos dentro do smart hub Tizen 2024, o usuário encontra milhares de jogos em resolução Full-HD, de serviços em nuvem como Xbox Game Pass e Nvidia GForce Now, podendo usar um game pad ou até o celular com o app Virtual Gamepad.

Plataforma smart com mapa da casa

Ao navegar pela plataforma Tizen 2024, encontramos os conteúdos organizados em abas, incluindo as de Jogos, Modo Ambiente e Daily+. Este último é um recurso pensado para quem precisa trabalhar usando a TV. Traz apps de acesso remoto a PC ou Mac, serviços em nuvem como Microsoft 365 e videoconferência (requer webcam opcional).

O app SmartThings é essencial para controlar eletrodomésticos e outros dispositivos, no conceito Casa Conectada da Samsung, que é bem diferente de uma automação completa. Compatível com os padrões Zigbee e Matter, a plataforma SmartThings se transforma em um hub onde é possível criar rotinas de funcionamento e monitorar o consumo de energia dos eletrônicos conectados. A novidade é poder acompanhar a ativação de tudo em um mapa 3D, que imita a planta baixa da casa, criado (e editado) no próprio app.

Os assistentes Bixby e Alexa podem ser usados para comandar a TV e os dispositivos conectados, sem a necessidade do controle remoto. O controle da Samsung (SolarCell) – com recarga solar, por RF ou alimentação USB-C – funciona por Bluetooth, com ótimo alcance. É intuitivo, mas não precisava ser tão pequeno, fácil de perder na sala.

Entre outras conveniências, vale lembrar do Tap View (espelhamento do celular por aproximação) e do Multi View, que exibe na tela duas imagens de fontes distintas.

Áudio e economia de energia

Este ano, a Samsung empregou o processador NQ4 AI Gen 2, que mapeia as cores por IA com 20 redes neurais e milhares de referências de imagem. O resultado foi maior fidelidade de cores e precisão no upscaling 4K, sem ruídos perceptíveis nem suavização demasiada, mesmo nas séries em HD antigas.

De acordo com o fabricante, a S95D inclui o modo AI Energy Mode, que analisa cada cena para ajustar o brilho da tela e reduzir o consumo de energia até no escuro. O processador da TV também atua sobre o áudio (AI Sound), tornando os diálogos sejam mais nítidos e os efeitos sonoros ligeiramente realçados em vários pontos da tela.

Avaliação: excelente, em sala clara ou escura

Durante cinco semanas, assistimos a diversos tipos de conteúdo na Samsung S95D, tanto à noite quanto de dia, e em vários momentos nos perguntamos se a tecnologia dessa TV era mesmo OLED ou MiniLED (veja o vídeo). Essa é a primeira OLED testada por nossa equipe na qual conseguimos ver praticamente tudo, de figurinos a cenários, na escuridão de Batman, mesmo com a janela permitindo a luz do sol.

No escuro (modo Filme ou Filmmaker), constatamos o excelente controle de contraste do painel OLED, que vai das nuances de branco e cinza escuro precisos até o preto mais profundo. Já com o ambiente claro (modo Padrão), ficamos surpresos com o potencial de brilho dessa TV.

Vimos a S95D reproduzir cenas dinâmicas de filmes, esportes e games com um nível de brilho forte e estável. Aprovamos totalmente o desempenho da película antirreflexo, que permitiu ver até detalhes da profundidade da imagem com as lâmpadas acesas em nossa sala (veja como funciona).

Ou seja, no lugar do indesejável efeito espelho, mostrando os pontos de luz e até rostos de quem está à frente da TV, tínhamos algumas partes de luz turva, porém insignificantes, exibidas em uma tela fosca (foto acima) que preserva as principais características da imagem.

Como nas melhores MiniLED, tínhamos um brilho intenso com imagens HDR em toda a área da tela e, quando necessário, uma luz pontual e igualmente forte destacando um detalhe sutil na cena. Devido a uma característica peculiar dos paineis OLED chamada ABL (Limitador Automático de Brilho), os picos de luz em conteúdos HDR, quando exigidos em toda a área da tela, são menos prolongados e intensos que nas MiniLED. A menos que você seja daqueles que desviam a atenção do conteúdo à procura de anomalias quase imperceptíveis, a verdade é que o problema do ABL pouco (ou nada) incomoda a maioria das pessoas.

O único detalhe negativo desse painel é a luz difusa que se apresenta ao redor das legendas sobre partes escuras na imagem, como nas tarjas de filmes no formato 2.35:1. Já o impacto de cores brilhantes e saturadas, mas também ricas em sobretons suaves e intensos, agradou muito no filme Free Guy – Assumindo o Controle (Star+) e no documentário Blue Angels (Prime Video), inclusive a partir de ângulos de visão extremos (como na foto abaixo).

Assistimos ainda a partidas da Champions League e corridas de Fórmula 1, com imagens rápidas de movimentação precisa, talvez devido à tecnologia AI Motion Enhancer Pro. Somente no modo Padrão foi necessário alterar para o ajuste Personalizado no menu de Configurações de Nitidez.

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