Por Geoffrey Morrison*HDMI 2.0a é a mais recente versão da especificação que regula os cabos e conectores mais usados atualmente. É uma pequena atualização, mas com potencial para ser importantíssima no futuro próximo. Não se trata de uma mudança de cabeamento: seus cabos atuais continuarão funcionando normalmente. Mas algumas mudanças significativas foram introduzidas.
Como sabemos, o cabo é apenas um “condutor burro”. As novidades têm a ver com os chips instalados nos aparelhos, não com os cabos em si. Para o cabo, não faz diferença se o sinal transmitido é que UHD, Full-HD, standard, nem qual seja a resolução. Tudo se resume a uma variação sobre o mesmo tema – séries de 1 e 0. É até provável que você jamais veja aespecificação HDMI 2.0a num manual de instruções. Aliás, isso aconteceu também quando do lançamento da versão 2.0.
O que mudou, na verdade, é que agora temos conteúdo gravado em HDR (High Dynamic Range), que não deve ser confundido com o HDR das câmeras fotográficas. No caso dos TVs, HDR é a promessa de maior realismo, graças a avanços como maior intensidade de branco. Exige que todos os aparelhos sejam compatíveis com esse tipo de sinal e que o conteúdo seja assim codificado.
Segundo o HDMI Forum, que regula essas especificações, o objetivo da atualização 2.0a é permitir a transmissão de conteúdos em HDR, tecnologia que permite reproduzir imagens mais níveis mais altos de branco e de preto. O documento divulgado pelo Forum inclui citações do protocolo CEA-861.3, da CEA (Consumer Electronics Association), que se refere a extensões de metadados estáticos.
Essencialmente, a mudança se refere apenas ao processo de transmissão dos metadados, aquele tipo de informação que é inserida numa camada do sinal de vídeo para “dizer” ao display como aproveitar melhor os níveis mais altos de cor e contraste. Por exemplo, um futuro player Blu-ray 4K poderá identificar uma cena escura de filme e “dizer” ao TV exatamente como reproduzi-la em HDR, com todo o seu esplendor.
É importante notar que a especificação não trata de streaming, ou seja, da conexão direta entre internet e TV, apenas da ligação feita entre dispositivos HDMI. As regras para serviços como Netflix e Amazon serão definidas mais tarde. Isso se deve ao fato de que o streaming ignora o protocolo HDMI: o sinal vai do modem ao TV 4K, que agora precisa ter o decoder HEVC (High Efficiency Video Coding).
Mas o que tudo isso significa para o usuário? O ponto mais importante é que a versão HDMI 2.0a só faz sentido para TVs top de linha lançados a partir de 2015, que aceitam e podem reproduzir conteúdos HDR. Muitos modelos são incompatíveis com esse tipo de sinal, seja via HDMI ou qualquer outro conector. Em alguns casos, o fabricante fará a atualização via software, e talvez só em 2016. Mas não há informações precisas, ainda.
*Texto publicado originalmente no CNET. Clique aqui para ler o original na íntegra.